Pouco mais de duas horas de trabalho de parto.
Acordei as 1h50m do dia 21 de Maio,domingo, com cólicas e dor nas costas e estava com vontade de fazer o "nº 2", fui no banheiro e depois me lavei de cócoras com uma duchinha de água quente. Percebi que já eram contrações que tinham começado, estavam ainda irregulares uma em 8m depois em 2m porém doloridas, aguardei um pouco para ver se iam passar e então falei para o meu marido, ele já se levantou e foi se preparando para irmos para o hospital, São Donato,que fica cerca de 1h e 20m da minha casa se o transito estiver bom...
Meu marido ligou pra minha sogra vir ficar com as crianças e
eu comecei a me preparar porque as contrações embora irregulares estavam mais
próximas de 3 a 5 min e mais fortes.Depois que ela chegou me deu vontade de ir
novamente no banheiro aí ela se preocupou e disse que se eu já estava com
vontade de fazer força é por que ia nascer logo.
Até eu sair de casa já estavam contrações de 3 em 3 minutos
durando em media 1 minuto. Minha sogra nos aconselhou de chegar no hospital mais
próximo que ficava 30 minutos da minha casa. Nós havíamos escolhido o mais longe
que era o de referencia para minha cidade, porque o daqui esta com a
maternidade fechada. Havíamos visitado os dois e o mais de perto não era do
tipo “humanizado”, apesar de eu ter sido bem atendida nos dois hospitais ,no
mais perto eu só seria aceita se tivesse mais de 4 cm de dilatação e ainda
final de semana não teria médico e alguns procedimentos que eu não queria já eram
de rotina.
Saímos de casa com a intenção de irmos ao hospital de mais
longe mas fiquei com medo do bebê acabar nascendo no caminho e também estava
muito desconfortável estar em trabalho de parto sentada no carro, decidimos
então chegar no hospital mais próximo mesmo com todos os pontos negativos.
Na verdade o que queríamos mesmo é ter feito o parto em
casa. Durante nossa pesquisa conhecemos as "Parteiras do Sul", três enfermeiras
obstetras que atendiam em casa.
Chegando no hospital fomos atendidos por uma técnica de
enfermagem, ela nos disse que não tinha médico, que devíamos ter ido no hospital
de nossa cidade, que eles teriam nos levado de ambulância para o hospital de
referência...íamos então voltar para o carro e continuar a viagem, mas aí Ela
disse espere, deixe eu te avaliar para ver se da tempo de você ir, não posso
deixá-la assim.
A enfermeira fez toque e disse que estava com mais de 7 cm e
que ela mesma poderia me atender se eu quisesse por que provavelmente não daria
tempo de chegar no outro hospital. Ela chamou o médico que estava de plantão
(clínico geral), explicou pra ele minha situação e perguntou se ele assumia
junto com ela meu atendimento. Ele se tremeu, ficou nervoso, sem palavras. A
enfermeira disse “eu sei fazer, pra mim é tranquilo” mas que precisava do
consentimento dele.Que situação hein, precisei intervir, disse que ele podia
ficar tranquilo que eu já estava acostumada em ser atendida por enfermeiras,
que em nenhum dos meus outros partos tive assistência de médicos. Meu marido
completou com “VAI DAR TUDO CERTO”.
Me deu vontade de fazer xixi, depois descemos eu , meu marido
e a enfermeira até a sala de parto, que era bem pequena, tinha uma cama, um
banheiro sem chuveiro, uma cama e uma cadeira daquelas pra mulher ficar em
posição ginecológica.
A enfermeira me mandou tirar toda roupa e colocar uma do hospital,
enquanto isso ela preparou o material em cima da cama em uma bandeja. Depois me
pediu para subir naquela cadeira e ficar naquela posição horrível, eu não
queria mais toque nenhum, mas deixei só para não ter que discutir. Estava agora
com 9 cm, bebê já bem embaixo, batimentos do coração normal. Ela não conseguiu
sentira presença do líquido e me perguntou se eu já tinha perdido líquido aos
poucos. Eu não tinha perdido nada de
líquido, nem mesmo o tampão, apenas tive um corrimento branco uns três dias
atrás e um fiozinho de sangue ante de vir para o hospital.
Foi então que ela me mandou fazer força, mas eu disse que
NÃO, que eu queria sair daquela cadeira e caminhar esperando para fazer força a
hora que eu sentisse meu corpo me pedindo...
Ela me respondeu mas eu acho que teu bebê está precisando
que você de uma ajudinha pra ele nascer...EU QUERO DESCER, NESTA POSIÇÃO ESTA
DOENDO MAIS...sai dali e continuei caminhando, o espaço era muito pequeno, pedi
se ela tinha uma bola para eu sentar, para aliviar a dor nas costas. Na hora da
contração ficava de cócoras apoiada na cama, o que eu queria era subir na cama
e ficar um pouco de 4 apoios, deitar um pouco, mas a cama estava ocupada com os
materiais que Ela preparou.
A enfermeira pediu para o meu marido subir na portaria pra
assinar minha entrada, depois que ele saiu, ela começou a me perguntar um monte
de coisas(nome, endereço,telefone,tipo sanguíneo etc)um pouco eu respondi mas
depois aquilo começou a ser fonte de estresse pra mim e disse pra ela perguntar
pro meu marido.
Me deu vontade de fazer xixi novamente e a dor nas costas
tinha aumentado bastante, tinha vontade de fazer força mas não conseguia,
parecia que estava tudo trancado e se fizesse força apenas iria sair xixi,
então sentei no vaso tentando fazer xixi mas também não conseguia. Fiz uma força enorme e senti um jato só de liquido
como que esguichado de uma seringa de uma só vez.
A enfermeira me fez subir na cadeira e disse “Agora você vai
ter que ficar aqui”. Meu marido chegou na porta e ela disse para ele subir
novamente chamar a outra enfermeira. Eu não queria que meu marido ficasse tanto
tempo longe de mim. Mandou-me fazer força fiz e senti o bebê coroando, vi a
cabecinha saindo, fiz mais uma força bem longa e ela nasceu primeiro no seco, e
o líquido saiu depois dela. O cordão umbilical me pareceu tão grande e grosso.
Pedi para ela colocar o bebê sobre mim e esperar um pouco pra cortar o cordão, mas ela não queria fazer isso, deixou só um pouquinho, disse que era frio para o bebê e que precisava tirar a placenta antes que o útero se contraísse. Ficou até estressada comigo.
Pedi para ela colocar o bebê sobre mim e esperar um pouco pra cortar o cordão, mas ela não queria fazer isso, deixou só um pouquinho, disse que era frio para o bebê e que precisava tirar a placenta antes que o útero se contraísse. Ficou até estressada comigo.
Bom o parto não foi como eu tinha planejado mas graças a
Deus deu tudo certo. A Maria Cecília nasceu dia 21 de maio, as
4:10h, perímetro cefálico 34, com 3120kg e 51 cm de comprimento, sua nota foi 9 e
10. Trabalho de parto de 2horas e 20minutos.
Nossa Senhora do bom parto: rogai por nós.
* Dias depois percebi que além do trabalho de parto eu estava expelindo uma pedrinha do rim no mesmo momento.
* Dias depois percebi que além do trabalho de parto eu estava expelindo uma pedrinha do rim no mesmo momento.